Um grupo de matemático propõe eleminar o célebre número Pi e substituí-lo pelo obscuro número Tau
Hoje em dia há datas para celebrar quase qualquer coisa. Nos Estados Unidos, 6 de junho é o dia nacional do ioiô e 7 de junho o dia do sorvete de chocolate. Em São Paulo, 24 de abril é o dia do samurai. Agora é a vez do tau. Um grupo de matemáticos de diversos países quer instituir a data de 28 de junho como o dia internacional do tau.
O que vem a ser esse tal do tau?
Tau (t) é a letra grega que na matemática simboliza um número de valor igual a 6,2831... ou simplesmente 6,28. Daí a inspiração para a escolha do dia 28 de junho. Tau é o dobro do célebre pi (p) ou 3,1416..., aquele mesmo que se aprende na escola na hora de calcular a circunferência e a área de um círculo. (Leia o quadro abaixo.)
O físico americano Michael Hartl, que já pesquisou na Universidade Harvard e no Instituto de Tecnologia da Califórnia, lançou um manifesto conclamando a comunidade matemática do mundo a abraçar o tau e derrubar o pi. Para Hartl, o tau é um dos números mais importantes da matemática. No manifesto, Hartl explica as razões pelas quais o pi deveria ser substituído por tau. É evidente que tais razões são tão incompreensíveis quanto irrelevantes para quase todos nós.
Arquimede: " Eureca" |
O matemático e filósofo grego Arquimedes foi o primeiro a calcular com exatidão o valor do pi = 3,1416...
O dia do tau já é celebrado informalmente por um grupo crescente de matemáticos desde 2001. A tradição surgiu quando o matemático americano Bob Palais, da Universidade de Utah, publicou o trabalho intitulado “O pi está errado”. Obcecado com a beleza da precisão das notações matemáticas, Palais afirma que o uso do pi nos cálculos do círculo é impreciso. Substituir pi por tau eliminaria tal imprecisão.
Para Palais, pouco importa que o pi esteja em uso desde o tempo dos cálculos para a construção da Grande Pirâmide de Queóps, há 4.500 anos. Também é irrelevante o argumento de que o valor do pi tenha sido calculado com precisão pela primeira vez pelo filósofo grego Arquimedes de Siracusa, um dos maiores matemáticos da história. Ele viveu na Sicília dois séculos antes de Cristo.
O matemático inglês Kevin Houston, da Universidade de Leeds, diz que o manifesto “é uma das coisas mais esquisitas” que já viu. Mas o apoia. “É surpreendente que ninguém tenha pensado nisso antes. Quando se compara o uso do pi ao do tau, o tau vence.” Por enquanto, é claro, os matemáticos continuam andando em círculos.
Por Peter Moon
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Referência:
Revista Época, 03/07/2011.
Montagem: Matheusmáthica
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