Estudo comprova teoria de que ciclo do inseto obedece a números primos
Físicos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e da Unicamp comprovaram matematicamente que o ciclo de vida das cigarras obedece a números primos, aqueles que são divididos apenas por eles mesmos ou por um
O modelo computacional, que resultou em artigo científico, demonstra ainda que a escolha pelos números primos é estratégia evolutiva das cigarras, os insetos de ciclos mais longos.
As cigarras submetidas ao modelo dos pesquisadores são do gênero Magicicada, exclusivo do Norte do continente americano, e emergem a cada 13 ou 17 anos.
Um dos autores do artigo, submetido para publicação na revista científica especializada Physical Review Letters, frisa que desde o início do século 19 se sabe que o ciclo das cigarras segue números primos.
“O que fizemos foi comprovar isso teoricamente, através de um modelo computacional”, explica Paulo Costa, professor do Departamento de Física e Matemática da UFRPE.
Os pesquisadores, no entanto, ainda não sabem o que levou as cigarras a regerem seu ciclo de vida pelos números primos. Uma das hipóteses seria para evitar a hibridização. “Se emergissem ao mesmo tempo que outras espécies, poderiam se misturar a elas.”
Outra suposição é que as cigarras tenham escolhido, ao longo da evolução, os números primos para poder se livrar dos predadores.
Para Costa, emergindo a cada 13 ou 17 anos elas se manteriam longe dos predadores por um bom tempo. “Isso evitaria, por exemplo, que tivessem predadores específicos, como sugeriam estudos anteriores.”
De acordo com a pesquisa, a sincronização também seria uma estratégia evolutiva. Ou seja, tendo todos os exemplares emergindo ao mesmo tempo, a espécie teria mais chance de sobreviver.
Isso porque os predadores, por mais numerosos, não conseguiriam dizimar toda uma população de uma só vez.
As cigarras passam anos debaixo da terra, mas quando emergem vivem de dois a três semanas apenas. É o tempo suficiente para os machos atraírem as fêmeas por meio do canto e reproduzirem.
As fêmeas depositam os ovos no solo, perto das raízes, onde as ninfas – forma jovem – se alimentam da seiva das árvores.
A entomologista (especialista em insetos) da URFPE Arlene Bezerra dos Santos explica que as cigarras emergem quando ninfas e realizam a última muda sobre os galhos das árvores, transformando-se em indivíduos adultos.
As cigarras brasileiras têm ciclos de oito a dez anos.
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Referência:
Jornal do Commercio, Recife, 7/7.
Montagem: Matheusmáthica
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