Matemática e Arte não estão totalmente separadas como pensamos. São duas formas de conhecimento que se desenvolvem paralelamente e muitas vezes estão ligadas para representar, criar e explicar o nosso meio, em outras palavras, temos que a criatividade, a beleza, a universalidade, a simetria e o dinamismo, são qualidades que frequentemente usamos quando nos referimos quer à Matemática quer à Arte. Os pontos em comum são tantos que não podemos de modo nenhum pensar na Arte e na Matemática como campos completamente distintos.
"Os filósofos que afirmam que a Matemática não tem nada a ver com a Estética, estão seguramente errados. A Beleza é de fato o objeto principal do raciocínio e das demonstrações matemáticas"
Aristóteles
Com efeito, quando se pensa em Arte e Matemática, lembramos de beleza e rigôr que são comuns a ambas. Além dissso, a Matemática tem um notável potencial de revelação de estruturas e padrões que nos permitem compreender o mundo que nos rodeia, ou seja, Matemática está estruturada e organizada. Quando usamos Matemática e arte desenvolvemos uma capacidade de imaginar mundos diferentes, como também a possibilidade de comunicar essas imaginações de forma clara e não ambígua.
"O matemático, tal como o pintor ou o poeta, é um criador de padrões. Um pintor faz padrões com formas e cores, um poeta com palavras e o matemático com ideias. Todos os padrões devem ser belos. As ideias, tal como as cores, as palavras ou os sons, devem ajustar-se de forma perfeita e harmoniosa."
Hardy
É antigo o fascínio dos matemáticos pela estética, bem como a proximidade dos artistas com esta ciência exata. De fato, os arquitetos da Grécia Antiga, no séc. V a.C., tinham consciência do efeito harmonioso do retângulo de ouro que inspiraram à exprimirem as suas obras. Esta procura da harmonia das formas tem sido uma constante ao longo dos tempos.
“O homem fez arte usando matemática, e construiu matemática observando as artes”.
Barco
Mas muitos outros conceitos matemáticos, tais como as proporções, a simetria, as ilusões de óptica, a geometria projetiva e o infinito, influenciaram, embora nem sempre de modo consciente e explícito, muitos artistas ao longo dos séculos. Um exemplo disso são os pintores e escultores renascentistas que investigaram novas soluções para problemas visuais formais e que realizaram, muitos deles, experiências científicas. Neste contexto, surgiu a perspectiva linear, conceito matemático que revolucionou as correntes artísticas e contribuiu para o desenvolvimento da Arte.
"A nova arte deverá basear-se na ciência - em particular na matemática, como a mais exata, lógica e impressionantemente construtiva das ciências"
Leonardo da Vinci
Atualmente as atividade artística de Klee, Kandinsky, Vasarely, Corbusier, Xenakis, e muitos outros deixaram-se fascinar pela Matemática que exploraram com novas possibilidades ópticas, novos algoritmos de criação, novas geometrias (não euclideanas, fractais, etc) que em muitos casos são potenciados pelo uso da computação, síntese sonora, e outras potencialidades técnicas.
Referência:
BARCO, Luiz. Série: Arte e Matemática. TVE / Rede Brasil, 2005.
Blog: A Arte na Matemática
Site: CMPU
Site: Cyberartes
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