O sábio mais sábio do mundo foi o que descobriu o nada. Nada mesmo.
Ele teve a idéia genial de que onde não há nada, nadinha mesmo, há o nada. E fez do nada um algarismo, o zero.
A ciência seria impossível sem a Matemática e a Matemática mais impossível ainda sem o zero.
É difícil imaginar como a humanidade pôde atravessar tantos milênios, produzindo muitos homens sábios, que não sabiam a verdadeira matemática, ou não tinham instrumentos para criar uma.
É certo que os egípcios sabiam fazer, com seus astrólogos, muitos cálculos astronômicos.
Os gregos eram filósofos, que ainda nos espantam por sua inteligência.
Os romanos nos legaram leis que funcionam até hoje, coordenando relações entre as pessoas.
Mas a nenhum deles ocorreu essa idéia fundamental de que onde não há nada, algo existe: o nada.
Com o zero, que não é nada, pode-se coordenar os números, assim: o número um é um só, com o zero adiante, ele decuplica, passa a ser dez; dois zeros, ele centuplica; três, ele milifica.
Posto o zero na frente do número, ele se divide.
O um, com um zero na frente, é um décimo; com dois zeros na frente, é um centésimo, etc. e tal.
Vou dar a você, de presente, hoje, uns números grandotes para você se divertir.
Vou dar a você, de presente, hoje, uns números grandotes para você se divertir.
O primeiro número é 60 000 000 000 000 000 000 000 000 000, com um 6 e 28 zeros, é a idade da Terra, em milhões de anos.
O segundo número é 0,000000000000000000000000166, formado por um zero, uma vírgula e mais 24 zeros seguidos do número 166, corresponde à massa do átomo do hidrogênio, em gramas.
Isso não é nada. Podemos fazer números muitíssimo maiores.
Se você fizer um número que vá daqui até a Lua, ele ainda não será o maior número do mundo.
Pondo mais um zero, ele se multiplica por dez, e vai por aí afora.
Parece brincadeira, não é?
Referência:
RIBEIRO, Darcy. Noções de coisas. São Paulo: FTD, 1995.
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