sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Poesia Matemático


Às folhas tantas
Do livro Matemático
Um Quociente se apaixonou
 Um dia
Doidamente
Por uma incógnita


Olhou-a com seu olhar inumerável
 E viu-a, do Ápice à Base
Uma figura Ímpar;

Olhos rombóides,
boca Trapezóide,
Corpo ortogonal,
seios esferóides.

Fez da sua
Uma vida
Paralela a dela
Até que se encontraram
 No infinito

"Quem és tu?" indagou ele
Com ânsia radical.
"Sou a soma dos quadrados dos catetos
Mas pode me chamar de Hipotenusa."

E de falarem descobriram que eram
-o que, em aritmética, corresponde
A almas irmãs
Primos-entre-si.
E assim se amaram

Ao quadrado da velocidade da luz
Numa sexta potenciação
Traçando
Ao sabor do momento
E da paixão

Retas, curvas, círculos
e linhas sinoidais.

Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas Euclideanas
E os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.

E, enfim, resolveram se casar
Constituir um lar
Mais que um lar,
Uma Perpendicular
Convidaram os padrinhos
O Poliedro e a Bissetriz.

E fizeram planos, equações 
e diagramas para o futuro
Sonhando com uma felicidade
Integral
E diferencial.

E se casaram e tiveram uma secante e três cones
Muito engraçadinhos.
E foram felizes

Até aquele dia
 Em que tudo, afinal,
Vira monotonia.

Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum
 Frequentador de Círculos Concêntricos.
Viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,
Uma grandeza absoluta,
 E reduziu-a a um Denominador Comum.

Ele, Quociente, percebeu
Que com ela não formava mais Um Todo,
Uma Unidade.
 Era o Triângulo,
Tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era a fração
Mais Ordinária.

Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
E tudo que era expúrio passou a ser
Moralidade
Como, aliás, em qualquer Sociedade.


Millor Fernandes

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