(...)Que fazemos de mais ao afirmar
que um ângulo é frio e uma curva é quente?
Que a curva nos acolhe e que o ângulo
muito agudo nos expulsa?
Que o ângulo é masculino e a curva é feminina?
Uma pitada de valor muda tudo.
A graça de uma curva é um convite para habitar.
Não se pode fugir dela sem esperança de regressar.
A curva amada tem poderes de ninho,
é um apelo à posse.
É um conto curvo.
É uma geometria habitada.
Nela, estamos no mínimo do refúgio,
no esquema ultra-simplificado de
um devaneio do repouso.
Só o sonhador que
se arredonda a comtemplar aneis
conhece essas alegrias simples do repouso desenhado.(...)
Gaston Bachelard
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